quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ELEIÇÕES 2012

SALVADOR SITIADA

      Pelegrinando pela ACM percebi uma Estrela no horizonte. Um sinistro brilho vermelho se destacava no céu, pressagiando infindável sexta-feira 13... Sob as borras de asfalto da avenida, forças DEMoníacas se alvoroçavam para ressurgir no palco que julgavam lhes pertencer. Lá em baixo, o Neto de um certo Farquaad estudava estratégias para reconquistar "seu" trono e enviar as incômodas
criaturas mágicas para os pântanos dos "infelizes para sempre" antes que o Gigante apareça e grite: " DO RÉ FIFA! Sinto cheiro de pobreza". Enquanto isso, uma revoada de tucanos de rapina tentava, em vão, ofuscar o brilho da estrela. Restava às aves de bico afiado esperar como abutres o que restaria da agonizante cidade, tão semelhante ao Salvador na cruz.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Muitos Sinos, Muitos Tons


Hoje a noite é Bela

     Hoje, ontem, sempre. Mesmo com nuvens, chuvas ou tempestades, as estrelas continuam a brilhar acima delas na abóboda da maior das capelas. Enxergamos pequenos, aqueles que são os grandes faróis divinos. A luz que acende o olhar e vem para acender e mostrar o amor que a gente não via. É... incrível, mas 2000 mil anos foram insuficientes para retirarmos o argueiro de nossos olhos. Por que reparas tu no argueiro do olho do próximo? Hipócrita! Liberte sua mente do que a mentira contou.
     Então é natal, a festa cristã, além das religiões. Uma noite feliz. O Deus de Amor foi representado pela mais ilustre das figuras humanas ou talvez a única nascida plenamente humana, infatigável na missão de ensinar: Ser humano é amar o ser humano, simplesmente sendo humano como Eu Sou a Paz invadindo seu coração. Contudo, assim caminha a humanidade com passos de formiga e sem vontade. Humanidade desumana, humanidade dos bacanas. Palácios de ouro erguidos sobre as misérias humanas. 
     Mas eu só quero um amor que acabe o meu sofrer. Um amor que não se acabe. Infinito como Deus, só vindo Dele mesmo. O único capaz de preencher meu infinito particular que é só mistério, não tem segredo. Venha não tenha medo. Mergulhe dentro de si para ver nascer: um novo eu, sem meus, tu ou eles, apenas nós. Um eu sem fronteiras. Com D de divino. Deus dos céus das nossas mentes, Deus das terras em nossos corações. Semeador de flores cuja beleza os olhos do corpo não podem apreciar, assim como seu inefável perfume... só no íntimo da alma o sentimos exalar. Semeei no espírito de todos essa primavera. O Amor de Deus sempre nos espera. Depois do inverno, a vida em cores, me espere Amor, nossa temporada das flores.
     Às vezes no silêncio da noite, eu fico aqui sonhando acordado, querendo um amor maior que eu. Um amor que entre na minha casa, na minha vida, mexa todas as estruturas e sare todas as feridas. Sei que meu coração bate feliz quando Te ver, porque eu sei que é amor e não peço nenhuma prova, porque eu sei que é amor. Mas quando Te vejo se não És visível? Alguma coisa acontece no meu coração... Deus invisível, Deus sem forma, seria uma mera abstração? Queria abstrair essa dúvida, queria que essa fantasia fosse eterna, que a paz vença a guerra e viver seja só festejar.
     E a vida? E a vida o que é diga lá meu irmão? Ela é a batida de um coraçãozinho. De um coração que bate por todos nós. A batida que da o tom da vida. O tom permeado pela harmonia celeste. Um canto de esperança no choro de uma criança que insiste em nascer na escuridão das grutas de nossas almas, duras como pedras. Seu olhar são dois faróis, indicando o caminho da Luz maior e nas suas mãos trás dois pequenos sinos. Bate o sino pequenino, sino de Belém, já nasceu Jesus menino para o nosso bem. Ecoa o sino nas paredes das grutas alegre a cantar. As pedras viram cristais transparentes, e ao olhar o céu, vislumbramos nosso Lar.

FELIZ NATAL! HO! HO! HO!

     A LIÇÃO DO BOM VELHINHO FOI A DOAÇÃO DE SI PELO OUTRO, SEGUINDO O EXEMPLO DO MESTRE NAZARENO! LEMBREMOS DISSO ANTES DO ATO, POR VEZES MECÂNICO, DE COMPRAR OS PRESENTES!

ATÉ O PRÓXIMO POST! JINGLE BELLS!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Juvany Viana

Juvany
Formação: Relações Humanas

     Alfabetização, ensino fundamental, primeiro, segundo grau. Graduação, pós, mestrado, doutorado... Quantos títulos são indispensáveis a formação humana? Quantos doutores são necessários para ensinar uma pessoa a ser humana? Doutor psicólogo (estudioso da mente), doutor sociólogo (estudioso da sociedade)  ou talvez o doutor médico, especializado no órgão cardíaco (entendedor do sentimento humano?). Hipócritas! Sepulcros caiados, diria o Mestre nazareno. Ricamente ornamentados  por fora com suas intelectualidades e vazios ou podres por dentro.
     O mero acúmulo de conteúdo livresco, por maior que seja, parece, sempre precário quando objetiva a humanização das pessoas: a consciência e consequente valorização de si e do outro. A professora leiga, Juvany Viana ilustra essa ideia magistralmente. Como e onde obter as habilidades e disposições internas que permitem-na um êxito tão grandioso apesar de todas as dificuldades ameaçando seu trabalho? Não nas instituições oficiais do saber: escolas e universidades, podadoras da criatividade, iniciativa e força de vontade. Instituições cuja organização é elaborada para o deleite de seus dirigentes em detrimento da maioria de seus integrantes. Organização que cria nos entes organizados um sentimento de repulsa pela forma estabelecida, regulamentando uma lógica insensata.
     Soa-nos óbvio o ditado: " só se aprende a escrever, escrevendo". Contudo, por que seria menos evidente que só se aprende a ser gente, promovendo relações entre gente? Por que enxergar como única solução as leituras enclausuradas nos quartos, gabinetes e escritórios? Por que asfixiar dias inteiros em salas de aulas?
     As escolas pregam união e nos separam rigidamente em séries, notas, turnos, disciplinas, entre outras com pouca ou nenhuma chance de re-união (as leis deveriam servir aos homens e não os homens às leis). As escolas pregam cidadania, mas seus alunos são sistematicamente excluídos dos processos decisórios. As escolas pregam inclusão e expulsam todos os "alunos-problema" ou são indiferentes a eles com sua política de não reprovação. As escolas vivem uma mentira conveniente, fingindo um papel que não exercem e exigindo uma convicção que não têm. O exemplo é o fundamento de uma cobrança consistente sem o qual restam apenas hipocrisias, no mínimo, contestáveis.
     Generalizações a parte, encontramos pessoas e até instituições sinceras consigo mesmas e convictas da viabilidade de seus sonhos. Juvany nos dá uma receita aparentemente subjetiva, porém com efeitos muito mais palpáveis que o rigor sintático dos nossos regimentos poderiam produzir: o amor.
     O amor a faz levantar quatro horas da manhã para garantir a preparação da merenda. O amor permite satisfação em ambientes insatisfatórios: aulas embaixo de um coqueiro com assentos feitos de tábuas e latas. O mesmo amor impele a gastar o pouco dinheiro ganho na compra dos materiais escolares para os estudantes. O amor a impede de esmorecer diante das dificuldades em Matemática e da ausência de uma pessoa capaz de assisti-la. Um amor lento nas recompensas materiais ( vinte anos para construção do sonhado prédio), mas pródigo em demonstrações de carinho por aqueles que são os principais beneficiados: os estudantes.
     Juvany é convicta da importância do seu trabalho, coerente nas suas ações quando confrontadas com seu discurso, transmitindo uma sinceridade contagiante. Ela vive uma verdade, manifestada na construção conjunta de uma realidade que ela acredita ser possível criar.
     O ser humano é um observador por excelência. Não passivo, mas ativo, concentrado, reflexivo, reinterpretativo, reformulador da realidade a partir dos variados pontos de vista, capazes de gerar novas vistas em diferentes pontos. A vida é a escola do Ser integral e seus grandes doutores são aqueles que simplesmente são (a simplicidade é o máximo da sofisticação). São amorosos, criativos, comunicativos, divertidos, desapegados...
     Observar é uma das formas de aprender. Tentar imitar é um modo de resignificar as práticas de outrem, adequando a sua realidade. A capacidade de amar sempre mais é a prova do aprendizado. O amor recebido transforma-se no melhor dos diplomas, porque ser professor é amar observar o aprender contínuo do outro. Aprender a amar é aprender a Ser e quem aprende a Ser esta sempre disposto a aprender com tudo e com todos.
     Portanto, aprendamos com Juvany e com milhares de outros doutores anônimos, necessitados apenas, de uma observação atenta de nossa parte.Quantos holofotes em torno de estrelas apagadas, enquanto sóis de primeira grandeza brilham despercebidos!

Até o próximo post!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PENSAMENTOS DIFUSOS...CONFUSOS?

Não espere em Deus!

Nada que Deus possa lhe dar o fará feliz.

A realização dos seus desejos e aspirações não constituem felicidade. No máximo trarão alegrias ou euforias momentâneas, efêmeras.

Deus não pode fazê-lo feliz.

Deus não tem obrigação de fazer ninguém feliz, nem Deus, nem ninguém.

Quem vive de expectativa está destinado à frustração.

Ninguém está aqui para corresponder às expectativas de ninguém.

Ao permitir que o outro Seja, nos permitimos ser surpreendidos.

Tentar ser melhor é a base do erro, pois pressupõe que seu Ser não é bom o suficiente além do fato de que quem tenta se melhorar mal conhece quem realmente é.
Sentir que você é o que é, não é uma tentativa e sim uma visão de perspectiva interna.

Não precisamos chegar lá. Já estamos no único lugar que podemos estar. Aqui!

Uma vida previsível não pode ser surpreendente.

Deus é uma visão de mundo perfeito.

Se você pede coisas a um Deus  distante no céu, então vive numa Terra sem Deus.

Não peça a Deus para melhorar o mundo que você vê. Veja o mundo com os olhos de Deus...

A crença em Deus sozinha sem a experiência direta extra-físico-intelectiva só serve para criar conflitos entre deuses-mentais, quando ignoram o Deus-Realidade.

Conhecer Deus é divinizar a realidade humana.

A fé não deve ser buscada e sim entendida além das fronteiras da mente.

Mais importante do que o que você acredita é o porquê você acredita.

Perguntar quem é Deus é apenas um modo de perguntar quem é você.

O amor dispensa regras e convenções humanas. Não se prende a gestos, palavras ou formas. Não está certo nem errado. Apenas o amar torna o amor inteligível

Amar é esquecer os conceitos sobre amor e sentir a vida vibrar.

Amar é ouvir tudo que é vivo cantando em uníssono. É juntar-se a esse canto que chamamos Vida. É perceber porque estar vivo configura o maior dom de Deus.

O amor não vai fazê-lo feliz!

Amar é ser feliz, porque Deus deixa de ser Alguém a conduzir ou tentar melhora a sua vida e passa a Ser a própria Vida que você vive.

Deus está integrado profundamente à Vida. Afinal Ele não CREOU um palco como o universo para ser um espectador.

A vida sem Deus é apenas um amontoado de conceitos abstratos e sem  sentido.

Viver a vida não é viver com Deus.
É viver Deus

Você não precisa de Deus na sua vida...
A vida sem Deus? Não sei como defini-la. Talvez, morte, ou talvez, um conjunto de objetos inanimados numa dança caótica, aleatória rumo ao vazio.

Não espere Deus tocar sua vida.
Ele é sua vida. Aqueles que humilham o próprio orgulho e egoísmo poderão sentí-Lo.

Não há espaço para DEUS no interior de quem está preenchido pelo EU.

Pedir para ficarem com Deus seria contradizer todos os argumentos...

Então... Sejam a vontade de Deus. Sejam os Olhos de Deus. Vivam o mundo de Deus para poderem sentir o Deus dos mundos.

Cristão morre ou desencarna?

Uma questão espírita?

     A morte é uma presença constante, espreitando de perto tudo que é vivo. Mesmo essa verdade sendo tão óbvia quanto natural, a maioria das pessoas prefere ignorá-la ao viver uma falsa eternidade terrena e termina por chocar-se  nos momentos que encará-la se torna inevitável.
     Aqueles denominados cristãos ficam igualmente atordoados com a desintegração do corpo e curiosamente a chamam de morte. Morrer significa deixar de existir, findar-se. Não é a mesma comunidade cristã que apesar de rejeitar a reencarnação, confirma categoricamente a imortalidade do espírito, demonstrada pela ressurreição do próprio Cristo? Uma vez que o espírito seria o constituinte essencial do ser humano além de seu caráter invulnerável diante da destruição física! Por que se referir às pessoas desencarnadas como defuntas, finadas ou mortas? Esse vocabulário fúnebre contradiz mesmo os discursos cristãos mais tradicionais. Mesmo que a visão do mundo extra-físico se restrinja aos espaços nebulosos do céu e do inferno, ainda assim o espírito vive para sempre. Logo um cristão falar de morte constitui contra-senso.
      Os espíritas podem ter popularizado em seu meio a palavra "desencarnar", porém ela devia ser estendida a todos os meios cristãos, para não citar todos aqueles os quais pregam a imortalidade da alma.Tanto nas missas quanto nos cultos ouvimos pregadores afirmando a vitória de Jesus sobre a morte, esta é aliás, nada mais, nada menos que a pedra angular do cristianismo, a fonte da fé cristã, a ideia fundamental sustentadora de toda moral defendida nos meios cristãos.
      O medo da morte aparece em primeiro lugar na lista dos maiores temores da humanidade, no entanto observamos os mártires cristãos da época romana caminharem para o coliseu cantarolando alegremente, mesmo estando prestes a serem devorados. Pensavam eles que iriam morrer? Ou eles viam o viver como única alternativa?
       Desencarnar não é deixar de viver para reviver numa outra vida, muito menos morrer. Desencarnar é simplesmente continuar vivo, como um sopro de Deus que não desvanece.
       Substituir uma mera palavra pode não ser suficiente para adquirirmos a consciência profunda daquilo que a palavra representa, todavia as representações da Vida não podem ser vinculadas aos símbolos da morte. Uma Vida sem fim, uma Vida que muda, uma Vida que sempre continua.

Mg Amaral  (All rights reserve!)

Até o próximo post!

sábado, 27 de agosto de 2011

O(S) Signo(S) da Morte?

Entre o martírio e o suicídio 

     Este texto se propõe a uma pequena reflexão a respeito de um comentário feito pelo mestrando Marcelo José Pereira( PPGH-UFPA), na sua exposição relativa a sua pesquisa: “A(O) suicida – comum-de-dois? As representações sobre o masculino e o feminino através das notícias sobre suicídios na imprensa belenense ( 1891 a 1919)”, no III Encontro de Novos Pesquisadores em História já mencionado em postagens anteriores.       
     No geral, parabenizo o mestrando devido ao caráter interessante do seu tema, assim como sua capacidade apurada de análise e oralidade. Contudo, um comentário inquietou meu espírito. Segundo ele, a Igreja Católica estaria em contradição, no momento em que exaltava o martírio e condenava o suicídio. Naquela hora, pego de surpresa com a questão e ainda interessado no desfecho da análise de Marcelo, não consegui estruturar meus pensamentos, de modo a contra-argumentar a afirmação coerentemente, ou seja, fiquei com medo de falar “besteira” e esperei para refletir em casa. 
     Bem... o que caracterizaria um suicida? Basicamente, seria uma pessoa disposta a tirar a própria vida. Mas por que uma pessoa teria tal aspiração? Acredito que, por viver uma situação, na sua ótica, intolerável, vislumbra como única solução se atirar no vazio. Sim, vazio! Um suicida dificilmente possuiria uma convicção interiorizada de uma existência além-túmulo. Mesmo que tivesse alguma, ela seria inconsistente, frágil, assombrada pela dúvida. Afinal, a não-existência seria o remédio para seu tormento psíquico. É contrária aos seus interesses, a possibilidade de permanecer vivo, após o fim do organismo material, pois a continuação da vida implica na continuidade de seus tormentos, uma vez que as doutrinas religiosas, de um modo geral, não oferecem boas perspectivas ao pós-vida dos suicidas. 
     Um segmento da realidade se tornara monstruoso, uma espécie de problema crônico, insolúvel e que torna cada minuto da vida amargo demais para suportar. Assim, o suicida encontra na morte a solução definitiva. Na verdade, ele não deseja a morte. Apenas procura desesperadamente um fim para seu(s) problema(s), decidindo pelo fim da própria vida, na sua concepção de finitude do existir. 
     O mártir representa um sujeito situado no extremo oposto da mentalidade suicida. Em momento algum ele deseja dar cabo de si mesmo, até porque, na concepção católica que por ora tratamos, não existe essa possibilidade de deixar de existir. O espírito é a fonte da vitalidade, a qual abandona o corpo no pós-morte sem jamais deixar o elemento espiritual, mesmo que seja para segui-lo nos suplícios infernais. 
     O mártir, ao contrário do suicida, não se acovarda diante de uma realidade conflituosa. Ele a enfrenta com uma coragem invejável até suas últimas consequências. Ele a encara, face a face, sem receio da morte porque, na sua perspectiva, esta não existe. Sendo assim, o mártir é amante da vida no seu sentido mais pleno, pois sua convicção espiritual se baseia, justamente, na ideia de eternidade, conceito ausente do vocabulário suicida. Outra questão é o fato de o mártir ser morto por outrem. Marcelo queria aproximar o mártir do suicida, afirmando que o primeiro se entregava à morte, praticando um suicídio indireto. Hipótese que não resiste a um exame minucioso. 
     Logo, a Igreja Católica, nesse caso, não caiu em contradição. Cada um desses dois personagens abordados executa papéis distintos, em contextos diferentes, além de possuírem visões de mundo diametralmente opostas. O suicida caminha vacilante, incerto do seu destino e torcendo pelo fim definitivo; o mártir transborda serenidade, mesmo entrevendo a destruição do seu corpo físico, elemento de uma vida secundária na concepção dele. A morte de um mártir poderia constituir uma profunda lição de vida para um suicida. Demonstra como a fé enraizada pode dar força ao indivíduo para que ele não ceda às pressões externas em situações extremas.

Mg

VOCABULÁRIO

Mártir

substantivo de dois gêneros

1 pessoa submetida a suplícios, ou mesmo à morte, pela recusa de renunciar à fé cristã ou a qualquer de seus princípios

2 Derivação: por extensão de sentido.

pessoa que sofreu torturas, ou mesmo morte, por não renunciar a qualquer outra crença, religiosa ou política

3 Uso: hiperbólico.

pessoa que sacrifica a própria vida ou algo de muito valor para levar a cabo algum trabalho ou experiência

Ex.: m. da ciência

4 Uso: hiperbólico.

pessoa que sofre intensa e constantemente de um determinado mal

Ex.: m. do câncer

5 Derivação: por extensão de sentido. Uso: jocoso.

vítima da tirania de certas convenções

Ex.: m. da moda



Martírio

substantivo masculino

1 tormentos e/ou morte infligidos a alguém em consequência de sua adesão a uma causa, a uma fé religiosa, esp. à fé cristã

Ex.: o m. de são Sebastião

2 Uso: hiperbólico.

grande sofrimento, grande aflição

Ex.: um amor não correspondido é um m.





Suicida

adjetivo de dois gêneros

1 relativo a ou que envolve suicídio

Exs.: revolução s.

luta s.

2 que serviu de instrumento de suicídio

Ex.: revólver s.

3 em que há dano ou ruína certa para o agente

Ex.: atitude s.



 adjetivo de dois gêneros e substantivo de dois gêneros

4 que ou aquele que comete suicídio



Suicídio

substantivo masculino

Regionalismo: Brasil.

1 ato ou efeito de suicidar-se

Ex.: cometer s.

2 Derivação: sentido figurado.

desgraça ou ruína causada por ação do próprio indivíduo, ou por falta de discernimento, de previdência etc.

Ex.: sua ida para outro partido foi um s. político

3 Rubrica: ludologia. Regionalismo: Brasil.

em sinuca e jogos afins, ato de o jogador encaçapar involuntariamente a bola branca



Até o próximo post!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Trans-Sinfonia


      O intinerário era Vale dos Rios-Barra, com todos os vai e vem e volta e não vai... e não vai... e não vai... e vai indo... mais um pouquinho...ao rítmo invisível de Martinho da Vila, rítmo esse amplamente adotado, desenvolvido e divulgado no seio do trânsito soteropolitano. A melodia martiniana se intensifica, ganhando tons agudos ou graves a depender da configuração das nuvens que parecem aderir e exaltar o movimento geral da cidade. 
     Na verdade, esses aglomerados cinzentos de potenciais catastróficos imprimem seu próprio movimento ou não-movimento às óticas enclausuradas, nos seus carros. Não o movimento veloz, quando descem de seus tronos celestiais, mas aqueles goticulares vítreos ( as gotinhas se condensando no vidro, morosas, despreocupadas). 
     Eu observava tudo isso do famoso R3 rumo ao campus florestal ondinense. Talvez a preservação da mata auxilie as ciências biológicas... De qualquer modo, aquelas gotas se acumulavam tediosas na janela, quando um som peculiar me desvia a atenção... sanfona? Sim, era uma sanfona com direito a batucada de tambor! Por um instante acreditei que o São João havia retornado, apesar das feições pouco simpáticas de alguns ouvintes, atípicas no São João. O som era até agradável, o cantor nem tanto, mas sua voz se arrastava junto ao espalhar das águas nas janelas. Tudo ia mais ou menos bem até os vizinhos nos seus autoimóveis resolverem contribuir com o som mais alto ao seu alcance... 
     As buzinadas irrompem na atmosfera chuvosa e invadem dissonantes a harmonia junina que tentava se estabelecer no sistema auditivo. Não sei bem se existe conflito entre os sons ou se eu imaginei tudo isso, graças à dificuldade do cérebro em decodificar tantas "harmonias" distintas... Harmonias no Plural maiúsculo, porque não podemos esquecer do burburinho comunicativo e das pessoas na rua, tentando ganhar a vida precariamente. Nesse momento, entro numa crise existencial, pois tento abstrair tudo quanto seja possível, me aproximando de um estado meditativo-anestésico. Mas... como só Jesus salva, a meditação durou pouco.      
     A palavra de Deus me despertou com seu discurso arrebatador, pra não dizer sacudidor das entranhas do ser com foco especial no já castigado ouvido. Não sei se Jesus enunciou "gritai e orai"... (talvez seja um texto suprimido dos evangelhos ou, quem sabe, o nascimento de uma heresia que eu poderia batizar de enfaticismo, afinal os acadêmicos necessitam desses conceitos bem elaborados para seu próprio bem). Seja como for, meus ouvidos atingiram o nirvana devido à ressonância ininterrupta e insistente da palavra divina. O ônibus passava pelo transbordo que estava sendo batizado pelo ar ( pela água já está ultrapassado). A banda junina desce do seu palco móvel ( coisas da modernidade de recriar contextos e resignificar espaços) e, quando penso em me concentrar na melodia da chuva, eis que o pessoal é convocado para exercer seu papel de consumidores no capitalismo emergente das classes C, D e Etc.


     Boa noite, pessoal! Desculpe incomodar o silêncio da viagem que vocês devem estar fazendo com esse texto, mas, pessoal, chegaram aqui as deliciosas palavras mgenianas, esse texto que “cês” acabaram de ler. Agora, eu vou recolher e aqueles que tiverem interesse, aqui na minha mão, é apenas 1R$, na promoção! Perpétua promoção, diversão é o passatempo da viagem, pessoal!

O trânsito pode ser lento, mas a cidade continua agitada e meus pensamentos seguem essa Trans-Sinfonia.

Mg

Até o próximo post!